segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O começo...

Acho que comecei a versejar aos 12 anos.
Este que reproduzo de memória é, parece-me, um pouco mais tardio. Teria uns 14 anos...

O MEU DIÀRIO
 
Peço-te amigo,
Sejas tu que sejas
Abre o meu diário
Com sereno jeito

Como quem reza
Ou como na igreja
O Padre chega,
Jesus Cristo ao peito

É que o meu diário
É o meu sacrário
É um terço cheio
De recordações

Lê-lo é roubar
A um confessionário
mil pormenores
de mudas confissões

Cada página
Conta a sua história
São quadros belos
De um poema infindo,

Gotas de orvalho
Soltas da memória
Folhas breves
De um passado lindo

Quando voltares
Mais uma folha,
Então, numa surpresa
Quase comovida


Peço-te que o faças
Com piedosa unção
Pois tens nas mãos
A minha própria vida.

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