segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ernesto vai, mas volta....

Depois de o deixarmos no aeroperto, foi um regresso lento e atribulado. Tudo apanhamos pelo caminho, até os fãs do concerto dos U2.
Chegamos às 3.00 da madrugada!
Às 6.00, como ele não tivesse telefonado mal era suposto pôr o pé em terra de Luanda, a Mãe começou a falar-nos, a lembrar que o avião talvez tivesse caído... Nem mais , nem menos.
Afinal o vvo atrasara, simplesmente...
Com tanta diligência e prognóstico, não durmi nada...

domingo, 3 de outubro de 2010

Viagem no ORION

Estou de partida para Lisboa com o Nestó e a Zé - não a bordo do Orion, mas de carro, com destino ao aeroporto. Lá vai ele de volta para Luanda e, depois, Gove...
Adiou o projecto de deixar o Orion em Aveiro na marina. Hoje está um dia de temporal desfeito e ontem já havia prenúncios.
A propósito, lembrei-me de uma aventurosa viagem de navegação da Póvoa para Aveiro. No verão de 2004 - sei, porque a Laura ainda não era nascida. Fomos só o Nestó e eu.
Saímos às 17.00 da marina da Póvoa, num dia de enorme calor - uns 30º Celsius.
De princípio, foi esplêndido - cardumes de golfinhos acompanhavam-nos, a olhar para nós, quando se elevavam das águas, relativamente calmas. A partir de Leixões, as ondas aumentaram, vagas grandes, mas, felizmente, não quebradas. Ao fim do dia, um dramático arrefecimento: frio intenso! Pus em cima de mim, um anorak forrado, meias de lã, passa-montanhas. Começou a chover, mas eu mantive-me no convés, deitada. Dormíamos ou descansavamos à vez. O Orion ainda não tinha piloto automático (os amigos do Nestó chamava-me, precisamente, a mim, "o piloto automático"...), nem enrolador de velas, que agora já tem...
Aí pelas 3.00 da manhã, acordei e vi o Nestó com ar invulgarmente preocupado e quis saber o que se passava. "Nada!" - resposta típica. mas o "nada" durou pouco, porque ouviámos distintamente o barulho das ondas a quebrar e era visível a espuma luminosa... Estavamos perto da costa, em perigo de desfazer o casco do veleiro, em rochedos - e nós lá dentro...
"Xana, ruma para o largo!"
Ligamos o motor, mas a marcha na boa direcção era lenta, lenta...
Conforme indicação do GPS, ao fim de algum tempo, estávamos no porto de Aveiro - só que não víamos a barra. Com o nevoeiro, sem sinal luminoso ou sonoro, que, pelo visto, eram desligados aos domingos...
Andámos para a frente, para trás, sempre no meio do oceano, guia nem sem farol.
Até que nos encontraram, por sorte nossa, os pilotos da barra, a gritar e a gesticular, para que nos afastassemos!
Eis que nos aparece, mesmo ao lado, um "Titanic", na modalidade "carga"!
Como uma casca de nóz, ondulando na forte correnteza, entramos no lastro por ele deixado, no porto de Leixões.
Eram 8.00 da manhã do dia seguinte!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

IRONIA...incompleta...

Ri, diabo, ri
Anda ri, diabo,
Pois eu vi-te,
Encontrei-te,
Chamei-te
E tu vieste

Mas não eras tu
 Quem eu queria
Procurava um deus
 Que eu não via

 E, já cnasada,
O confundia
Pois foi a ti que eu vi
Anda ri, diabo, ri.

As gargalhadas soam
 E com sons diabólicos entoam
Fecho os olhos
 E com as mãos os ouvidos tapo e destapo
Mas é a ti que eu ouço
Anda, ri, diabo, ri


A memória falha... E este é longo, longo.
Tinha 19 anos, desse pormenor não me esqueci.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Em Espinho, por iniciativa das Manelas, nasceu este "universe"...

No meio de uma reunião de família muito animada, e com largo espectro etário. Das quase centenárias manas Aguiar, Mª Antónia e Glória, à Beatriz, que fez ontem 5 anos e à Isabel que vai fazer um...
Passando pelas sexagenárias Manela e Docas e pela "trintona" Manelinha.

O começo...

Acho que comecei a versejar aos 12 anos.
Este que reproduzo de memória é, parece-me, um pouco mais tardio. Teria uns 14 anos...

O MEU DIÀRIO
 
Peço-te amigo,
Sejas tu que sejas
Abre o meu diário
Com sereno jeito

Como quem reza
Ou como na igreja
O Padre chega,
Jesus Cristo ao peito

É que o meu diário
É o meu sacrário
É um terço cheio
De recordações

Lê-lo é roubar
A um confessionário
mil pormenores
de mudas confissões

Cada página
Conta a sua história
São quadros belos
De um poema infindo,

Gotas de orvalho
Soltas da memória
Folhas breves
De um passado lindo

Quando voltares
Mais uma folha,
Então, numa surpresa
Quase comovida


Peço-te que o faças
Com piedosa unção
Pois tens nas mãos
A minha própria vida.