Acho que comecei a versejar aos 12 anos.
Este que reproduzo de memória é, parece-me, um pouco mais tardio. Teria uns 14 anos...
O MEU DIÀRIO
Peço-te amigo,
Sejas tu que sejas
Abre o meu diário
Com sereno jeito
Como quem reza
Ou como na igreja
O Padre chega,
Jesus Cristo ao peito
É que o meu diário
É o meu sacrário
É um terço cheio
De recordações
Lê-lo é roubar
A um confessionário
mil pormenores
de mudas confissões
Cada página
Conta a sua história
São quadros belos
De um poema infindo,
Gotas de orvalho
Soltas da memória
Folhas breves
De um passado lindo
Quando voltares
Mais uma folha,
Então, numa surpresa
Quase comovida
Peço-te que o faças
Com piedosa unção
Pois tens nas mãos
A minha própria vida.
Deves voltar à poesia!
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